A Honda planeja adotar mais intensamente também no Brasil a tecnologia que está revolucionando o mercado mundial de motocicletas –e isso já em 2021! Desta vez não se trata de um chip mais evoluído ou um recurso eletrônico a mais, mas de um projeto de pura e sofisticada engenharia mecânica. O sistema é aplicado em motocicletas apenas e exclusivamente pela Honda –embora também esteja em uso em automóveis de luxo, como os esportivos top das marcas Acura (do grupo Honda nos EUA), Mercedes-Benz, Audi, BMW, Bugatti, Ferrari e Porsche, por exemplo.
A transmissão DCT, um câmbio com dupla embreagem que permite a mudança de marchas manualmente ou comandada pela poderosa ECU, central eletrônica da motocicleta, é certamente um passo na direção do futuro das motocicletas. O sucesso é evidente. No mundo já há mais de 140 mil motocicletas equipadas com a tecnologia. Na Europa, 52% –mais da metade– das vendas da exitosa Honda NC 750X são da versão DCT. No caso da supertouring Gold Wing a preferência é ainda mais marcante: 67% –dois terços– das vendas do modelo são de unidades com dupla embreagem.
Com esse sistema, a atenção e o foco do motociclista se volta inteiramente para a pista e a pilotagem em si, facilitando a condução em situações em que o máximo de concentração é necessário, como em estradas de pouca aderência, sob chuva, com mau piso ou tráfego intenso etc. Além disso, o prazer de pilotar e obter o máximo da motocicleta em cada condição de uso é potencializado.
O DCT já é oferecido no Brasil na Honda GL 1800 Gold Wing Tour, a versão mais cara e completa da touring, na qual comanda 7 marchas. Também equipa o maxiscooter X-ADV 750, de proposta aventureira.
As próximas motocicletas da marca a incorporar o câmbio eletrônico serão as duas versões da Honda CRF 1100L Africa Twin, nos próximos meses.
A tecnologia completou 10 anos de Honda em 2020. Neste período, evoluiu muito. A primeira moto a aparecer com o equipamento no mundo foi a VFR 1200F, com um espetacular motor V4, de dar água na boca, apresentada em 2009 (no Salão de Tóquio) e posta à venda em 2010. Foi seguida pela aventureira Crosstourer VFR 1200X. O sistema de mudanças eletrônicas de marchas já era fascinante, mas nada perto do patamar atingido atualmente, principalmente por causa da adoção do sensor IMU, Unidade de Medição Inercial, ausente nas primeiras versões.
Com esse sensor dinâmico, a ECU, central de processamento, elabora decisões muito mais rápidas e abrangentes de gerenciamento de motor e transmissão, freios, controle de tração etc.
O resultado é que a moto se torna ainda mais agradável de pilotar, com respostas ágeis e imediatas em qualquer situação, reduções de marcha a tempo preciso em tomadas de curva, descidas e desacelerações (captadas pela IMU) e não perde nada das potencialidades off road, na moto em que elas existem. Mais que isso, continua agradável de manejar, com adrenalina, alegria e vigor.
Nós não avaliamos ainda a Africa Twin 1100, lançamento tão aguardado, que chega em breve. Além da Gold Wing Tour e do maxiscooter X-ADV, pilotamos nas mais diversas condições de teste fechado um protótipo da Africa Twin 1000L equipado com DCT.
É até difícil descrever o incremento na facilidade para realizar com ela as manobras fechadas como slalons e triângulos bem apertados –pois você não precisa ficar modulando a manete esquerda, e sabe que o motor não vai “morrer”. A atuação da Unidade de Medição Inercial é incrível, enviando para a ECU todos os dados de velocidade, aceleração e desaceleração da moto, inclinação para todos os ângulos. A central os processa em tempo real e não há a mínima possibilidade de erro: você estará sempre com a melhor marcha possível engatada, uma situação ideal de maneabilidade.
VEJA MAIS DETALHES SOBRE O CÂMBIO DCT:
Opmerkingen