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Você já foi à Bahia?

Atualizado: 3 de ago. de 2020

Por: Maria Emilia Soares Santana

Enquanto o isolamento social não termina, que tal planejar a próxima viagem? Inspire-se nesse delicioso roteiro que Mila e Marcos percorreram, de São Paulo até Prado, BA

Quando decidimos ir de moto de São Paulo (SP) até a belíssima cidade de Prado, no sul da Bahia, fiquei bastante empolgada e até mesmo um pouco apreensiva. Afinal seria a minha viagem realmente longa na garupa de uma motocicleta – embora seja companheira assídua de pequenos passeios de curta e média duração. De qualquer modo, não hesitei em topar.

(Vale aqui um parênteses para explicar que, naturalmente, essa viagem foi feita no verão, antes do isolamento social provocado pela pandemia do novo Coronavírus).



De todo o planejamento para a aventura, o mais difícil para mim foi o desafio de preparar uma mala minúscula para encarar os oito dias de viagem. Quer dizer, eu sempre viajei levando quase uma mudança completa dentro da mala… Superada essa tensão, até mesmo isso foi uma experiência valiosa: percebi que na verdade precisamos de muito pouco para curtir, e até voltei com peças que nem usei.

Saímos de São Paulo bem cedo, em cima de uma Honda Africa Twin Adventure, em direção ao Rio de Janeiro. A estrada, ainda bastante movimentada, estava muito boa, só na parte já dentro do Rio, até a ponte Rio-Niterói, que ficou um pouco confusa.

Depois de rodar quase 500 km, paramos para dormir

em Macaé (RJ), cidade litorânea. Deu até para curtir um banho de mar logo cedo, depois de uma noite bem aproveitada. Seguimos viagem sem pressa de chegar. Parávamos quando o corpo pedia. A idéia era rodar somente durante o dia para dar tempo de conhecer a noite da cidade na qual parássemos para o pernoite.

Vale ressaltar que vislumbramos cada pôr do sol em cima da moto… Fica difícil eleger o mais bonito.

O melhor foi sentir que fazíamos parte dessa paisagem, muitas vezes estávamos somente nós na estrada. Era uma sensação de liberdade e de paz que nem parecia que estávamos a 100 ou 120 km por hora.

Esse trecho, entre o Rio e a capital do Espírito Santo, Vitória, pela BR 101, foi uma grata surpresa: lindas paisagens entre montanhas, rios, reservas ambientais. A estrada esteve perfeita, bem pedagiada, mas nada tão abusivo como no trecho entre São Paulo e Rio de Janeiro.



Rodamos mais 600 quilômetros até Aracruz (ES). É uma cidade pequena, mas bem bonitinha e acolhedora. Curtimos a noite naquele trivial de interior, alguns bares em torno da praça onde fica a igreja Matriz.

No dia seguinte, depois de rodar mais uns 400 km, chegamos em Prado, cidade baiana mais tranquila do que as praias badaladas da Bahia, mas fascinante, com diversas praias de água quente, agraciadas por suas belezas naturais.

Sem contar com a variedade gastronômica do “Beco das Garrafas”, rua que reúne diversos bares e restaurantes. Na rua de trás tem o “Belo Café”: é imperdível, um espaço encantador em cada detalhe e pelas delícias oferecidas. Basta dizer que fomos lá todos os dias… É parada obrigatória.

Conseguimos desacelerar e curtir por 5 dias, inclusive fazer alguns passeios de moto pelas praias maravilhosas, em especial Guaratiba. Lá conhecemos a Cabana da Lagoa, uma barraca de praia que fica entre uma lagoa e o mar. Boa comida, vista linda e tivemos o privilégio de ouvir música boa ao vivo no dia de nossa visita. E como estávamos na Bahia seria impossível não curtir um trio elétrico e entrar literalmente na dança.

Saímos de Prado e voltamos pela BR 101, onde paramos em Mimoso do Sul (ES), cidadezinha bem escondida por seus caniôns encantadores, depois de rodar 650 km, vislumbrando cada trecho .

No dia seguinte pensamos em ir direto para casa, mas decidimos dormir em Aparecida do Norte- SP, para assistir a missa de manhã e agradecer por tudo. E finalmente chegamos em casa depois de rodar cerca de 3 mil quilômetros, sem nenhum sufoco, surpresos com a estrada muito bem asfaltada e sinalizada, chuvas no momento certo para refrescar, sem stress com caminhões, encontrando postos de serviços bem equipados, muitas vezes super-familiares, onde se encontra aquela comidinha bem caseira.


Vida de garupa

Viagens assim com vento na cara, sensação de liberdade, impregnadas de momentos de reflexões na solidão do capacete, só confirmam que em duas rodas o que vale é a viagem e não o destino. Impossível sentir isso dentro de um carro, por mais confortável que possa ser.

Minha visão positiva como garupa é a de que é possível vislumbrar com mais detalhes cada trecho, inclusive tirando fotos de cima da moto, além de ser navegadora, pesquisar lugares e caminhos, poder refletir sem foco e perder-se em seus próprios pensamentos.

Mesmo com tudo isso, ainda quero ter a sensação de vivenciar essas experiências pilotando a minha moto.

Números

Combustível R$ 524,00

Pedágio R$ 114,00

Hotéis de estrada R$ 463,00

Total R$ 1.101,00

Rodamos em média 280 km entre abastecimentos

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