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Embreagem - cuidados e manutenção


Veja os cuidados básicos recomendados pelos mecânicos para elevar a durabilidade desse sistema


Por: Guilherme Silveira


Conexão entre o movimento e a força gerados pelo motor aos sistemas de transmissão para a corrente (ou correia, ou cardan), a embreagem da motocicleta é um item de extrema responsabilidade. Normalmente acionada via cabo de aço –sistema mais simples e usual, aplicado até mesmo em muitas motos de luxo– a embreagem é formada por discos de atrito e separadores, cubo e platô.

Segundo o experiente mecânico Fernando Del Franco, da Boi Motos, “quando é feita a manutenção correta, e se usa a embreagem sem dar trancos ou ‘queimar’ na arrancada, é um item que pode atingir ou até ultrapassar a 30 mil, 40 mil quilômetros”, afirma.

Em qualquer sistema, a cabo ou por acionamento hidráulico, os sintomas de embreagem no fi m de vida são os mesmos: manete duro, e perda de tração em giros mais altos. Para casos mais extremos, em que os “avisos” ou sintomas iniciais são ignorados, pode-se até fi car na rua por conta de embreagem danificada.

Para manter esse tipo de experiência bem longe, fi que por dentro dos principais cuidados com o sistema de embreagem da sua máquina.


Mecânica

Alex Bongiovanni, da Officine Moto, explica que normalmente, o sistema a cabo puxa o platô da embreagem, enquanto o hidráulico empurra o platô, com acionamento ao lado do pinhão do câmbio. Em sistemas a cabo, Bongiovanni conta que é possível usinar uma alavanca de acionamento mais longa, com o objetivo de suavizar a força aplicada no manete.

A manutenção do sistema a cabo, por sua vez, deve ser feita de acordo com a quilometragem da moto e o tipo de uso. Segundo Fernando Fel Franco, da Boi Motos, “ideal é regular e lubrificar o cabo quando necessário. O aço vem envolto por uma capa plástica branca e, quando já está gasto, a capa vai trincando e enrugando. Este é o sinal de que chegou (ou passou) da hora de trocar o cabo”, explica.



Hidráulica

Assim como os sistemas de freio, o fluido hidráulico da embreagem também merece atenção. Ele é um líquido higroscópico. Ou seja, ele absorve umidade (água) do ambiente. E, por isso, deve ser trocado por completo, tendo o sistema todo limpo com álcool 92%, uma vez ao ano.

A embreagem é composta por discos, separador e platô com molas. Todos itens costumam ser trocados, com exceção do platô e muitas vezes, do cubo. “Normalmente trocamos as molas do platô. Para saber se estão com comprimento e pressão dentro dos limites de fábrica, usamos um escopo para aferição”, completa Alex.

A troca da embreagem propriamente dita pode sair caro ao comprar uma moto seminova, por exemplo. Mas por sorte, atualmente, existem kits importados de alta qualidade –algumas vezes, até melhores que os originais. “Marcas como a EBC e Vesrah têm um material de atrito topo de linha. Além disso, o custo é um terço menor: enquanto sistemas vendidos em revendas de marcas européias saem por cerca de R$ 3 mil, esses kits giram em torno de R$ 900 a 1 mil”, lembra Boi.

Já a mão-de-obra para a troca da embreagem (e cabo, que idealmente deve ser trocado em conjunto), costuma ficar entre R$ 200 e R$ 300.

Na grande maioria das motos –exceto Harley-Davidson e similares– o óleo do motor é compartilhado com o câmbio. Portanto, é importante ficar atento à qualidade e ao nível do lubrificante.

“Mesmo com óleos sintéticos de última geração, nosso combustível e o clima quente exigem mais em relação ao ambiente europeu, por exemplo. Sem contar que a maioria dos manuais das motos importadas é basicamente traduzido do idioma de origem para o nosso. Eu recomendo trocas no máximo a cada 5 mil quilômetros, mesmo usando óleo sintético topo de linha”, relata o criterioso Bongiovanni, que também dá a dica de não fazer “economia porca, e sempre trocar o elemento filtrante junto do óleo”.

Ou seja, se bem cuidada, a embreagem deverá durar tanto (ou mais) quanto um par de pneus. Com todo o sistema conferido e revisado, é pau na máquina!

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