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Foto do escritorMoto Premium

Avaliação Royal Enfield Continental GT 650

Café Racer motopurismo e charme. A Continental GT, agora montada em Manaus, tem muito glamour, dirigibilidade aprazível e relação custo x benefício imbatível em sua classe.


Em curvas de alta, excelente estabilidade

A Royal Enfield Continental GT é uma das motos mais bonitas à venda no Brasil. Tem estilo puro, incontestável, autêntico: é uma Café Racer. Parece ter sido feita artesanalmente por um bom customizador, mas seu projeto é do estúdio britânico Xenophya Design, a quem a marca anglo-indiana contratou para o design. O projeto de engenharia ciclística também é do Reino Unido, feito pela Harris Technology. A produção é na Índia. Juntas, essas empresas conseguiram embrulhar tecnologia mecânica moderna em um empolgante pacote de tradição e estilo retrô. A fórmula é sensacional. O preço também: 33 mil reaisna versão Custom avaliada. A relação custo x benefício é imbatível, veja só: a custom Kawasaki Vulcan S custa 51 mil reais (preços Fipe fev. 23); a CB 500F (propostas diferentes, mas compatíveis) sai por 46 mil reais. Compare…

Motor simples, robusto e confiável: até seu visual é retrô

A Royal Enfield é a mais antiga marca de motocicletas em produção contínua. Começou na década de 1890 fabricando bicicletas, cortadores de grama e motores estacionários. A partir de 1901 começou a produzir motocicletas emRedditch, na Inglaterra. Em 1949, a empresa iniciou suas operações na Índia, dando início à produção de motocicletas por lá em 1957. Em 1970, os ingleses saíram do negócio.

Em 1994, a marca foi absorvida pelo gigante indiano do setor automotivo, o Grupo Eicher.

A Royal Enfield lançou as suas 650 em 2018 no exterior no Brasil, as motos chegaram em 2019.

As 650 da Royal Enfield têm equilíbrio invejável de acessibilidade, desempenho, estilo e diversão para fortalecer o interesse de uma nova geração de motociclistas. Elas têm comportamento surpreendentemente divertido, tanto para iniciantes como para pilotos experientes.


Escapes diretos, no esquena 2x2: sem marmita por baixo

SIMPLICIDADE E PURISMO

O chassi de berço duplo em aço é bem simples, como tudo o mais no modelo. Aqui, simplicidade é um adjetivo de valor positivo, típico das motos indianas de raiz. Eletrônica, apenas o básico

Nas suspensões, um garfo convencional não ajustável de 41 mm de diâmetro na dianteira e dois amortecedores equipados com reservatório externo de gás, com regulagem na pré-carga da mola na traseira, mantêm as rodas muito bem coladas ao solo, copiando com galhardia as irregularidades do piso. O setup original de fábrica mostrou-se bastante satisfatório, atendendo na estrada de bom asfalto, na estrada esburacada e na chuva.

Painel básico, saído dos anos 70: ponteiros em mostradores redondos

Escolha acertada para o equilíbrio entre desempenho e conforto são as rodas raiadas de 18 polegadas na dianteira e na traseira, calçadas com pneus Pirelli Phantom Sportscomp 100/90 dianteiro e 130/70 traseiro. Além de tudo, contribuem para o visual “de época”.

O sistema de freios é composto por um só disco dianteiro de 320 mm, mordido por uma pinça ByBre (abreviação de “By Brembo” para designar produtos indianos da marca italiana) flutuante de dois pistões. Na traseira, um disco de 240 mm com pinça flutuante de pistão único. Os freios exibiram resposta inicial dócil e progressiva, de maneira a facilitar o uso por mãos menos experientes. E o ABS da Bosch nunca é excessivamente intrusivo, mesmo durante as frenagens simuladas de pânico ou entradas agressivas nas curvas.

A Continental GT utiliza semi-guidões fixos no garfo dianteiro. O banco rabeta é longo e um pouco duro demais para longas viagens, com espaço suficiente para dois. Há opção de assento monoposto com rabeta em fibra colorida, o que torna a moto mais bonita e esportiva.

Na Continental GT, as pedaleiras do piloto são recuadas, em aproximadamente 30 mm e elevadas em cerca de 15 mm em relação à irmã gêmea Interceptor 650.

A posição de pilotagem, naturalmente esportiva graças aos semiguidões, é surpreendentemente adequada para longas viagens, que fizemos sem nenhum resquício de dor nas costas.

O motor é um pouco largo, pelo projeto bem convencional, e o piloto mais alto tende a encostar a parte interna do joelho direito no cabeçote. Cientes disso, os projetistas colocaram uma proteção bem sutil de aço que impede o contato. Uma solução inteligente.


Um escape por cilindro e amortecedores a gás

SIMPLICIDADE E PURISMO

Acionar o motor twin a ar com ignição a cada 270 graus resulta num estrondo rouco e compassado. A embreagem leve e fácil de usar, o torque bem aproveitável nas baixas rotações e a perfeita ação da caixa de marchas lembram o quão amigável é o motor e a pilotagem da GT em geral.

A ficha técnica mostra 47 cv a 7.100 rpm e torque de 5,3 kgf.m a 4.000 rpm. São números pouco expressivos em relação à cilindrada do motor, que não revelam quão divertida é pilotagem dessa moto.

A entrega e distribuição do torque é agradável e ampla, com o motor atendendo bem em qualquer faixa de rotações em que você preferir mudar a marcha.

A Continental GT 650 é bastante econômica no consumo de combustível, com médias entre 22 km/l e 25 km/l na cidade e 30 km/l na estrada rodando dentro dos limites legais, fugindo das implacáveis multas.

Nenhuma moto merece tanto o epíteto de Café Racer quanto a Continental GT (nome que a marca introduziu no Brasil numa versão esporte das vetustas Classic, com 535 cc no motor e um pingo a mais de desempenho). Bem, há as Triumph, também espetaculares Café Racers, mas que, maiores e mais sofisticadas, custam quase o dobro, ou mais… As Royal Enfield 650 são uma pechincha…


Banco com costuras aparentes e piscas retangulares

O juízo final

Coll: Design e pilotagem de uma pureza cristalina. Preço justo. Moto essencial e divertida!

Oops!: Obanco poderia ter mais espuma, o painel poderia trazer mais informações


Boletim: 8,8


Papo reto


MOTOR 8

Macio, equilibrado, com aparência retrô e desempenho equilibrado e econômico


CHASSI 8

Berço duplo de tubos de aço, bastante convencional e pesado, mas funcional


CÂMBIO 10

Seis marchas com bom escalonamento, engates precisos e macios. Corrente no final


SUSPENSÃO 8

Simples e eficiente: garfo na frente e ótimos amortecedores com reservatórios externos de gás atrás


FREIOS 9

Bem dimensionados, discos na frente e atrás, bom ABS


Vida a dois


VISUAL 10

Um ícone do design retrô: é mesmo igual a uma moto dos anos 60/70: autêntica


TOCADA 9

Equilibrada, suave, uma delícia para quem gosta de moto, não de competição


SEGURANÇA 9

Freios firmes e bem dimensionados, ABS , bons pneus


MERCADO 8

A Royal Enfield caminha com prudência e vai ocupando seu espaço no mercado


CONCORRENTES 9

Na faixa de preço, não enfrenta ninguém, pois as Triumph são bem mais caras e as de cilindrada semelhante, também


Não há LEDs nem qualquer eletrônica além da essencial

Ficha técnica


DIMENSÕES

Comprimento (cm): 212,2

Alt./larg. (cm): 116,5/78,9

Entre-eixos (cm): 140

Peso (seco, kg): 202

Alt. do assento (cm): 80,4

Tanque (l): 13,7


MOTOR

2 cilindros paralelos/650 cc/4V/OHC/refrigeração a ar

Alimentação: injeção eletrônica

Ignição: eletrônica

Partida: elétrica

Diâm/curso (mm): 78/67,8

Taxa de compressão: 9,5:1

Potência (cv/rpm): 47/7.250

Torque (kgf.m/rpm): 5,3/5.250


CÂMBIO

6 marchas, transmissão final por corrente


CHASSI

Quadro: berço duplo tubular de aço


SUSPENSÃO

Dianteira: garfo telescópico hidráulico com bengalas de 41 mm de Ø e curso de 110 mm, sem regulagens

Traseira: balança bichoque com amortecedores a gás e regulagens de pré-carga das molas, com 88 mm de curso


FREIOS

Dianteiro: disco com 320 mm, pinça de 2 pistões, com ABS

Traseiro: disco com 240 mm, pinça de 1 pistão, com ABS


PNEUS

Dianteiro: 100/90 - 18

Traseiro: 130/70 - 18


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