Por: Eduardo Viotti
A Hunter 350 começa a ser vendida no Brasil no 1º trimestre de 2023. Tem qualidades para sacudir o segmento das médias cilindradas. A começar pelo preço…
A Tailândia é longe, do outro lado do mundo. Pois foi o local escolhido pela indiana Royal Enfield para a apresentação mundial de sua moto de entrada, a Hunter 350. Meia-irmã da Meteor e da Classic (veja reportagem nesta edição), ambas igualmente fruto do ambicioso projeto J da marca anglo-indiana, destinado a tomar de assalto o mundo das médias cilindradas, a Hunter é o modelo de entrada, o mais barato. Curiosamente, não é o mais simples, ao contrário, apresenta um visual bem cuidado e um design gráfico muito valorizado, que agregam valor à motocicleta. O estilo é o neo-retrô, muito em voga.
E tanto a tecnologia empregada quanto acabamento e desempenho fazem jus à ambição conquistadora e prometem dar trabalho à indústria japonesa, que domina mundialmente e não é diferente no Brasil – esse segmento.
O preço, dado o alto volume de produção e o baixo custo da indústria indiana, também é surpreendente. A valores de hoje, a versão mais simples estaria à venda por algo em torno de 18 mil a 19 mil reais, já com frete incluso, preço final. São duas as versões que chegam no início de 2023 ao país: a Metro, que avaliamos, com rodas de liga leve, pneus sem câmaras e freios a disco com ABS de dois canais; e a Retro, com rodas raiadas, câmaras nos pneus e ABS apenas na roda dianteira. Eu gosto de rodas raiadas…
PILOTAGEM TRANQUILA
Veja que a proposta não é esportividade, nem agressividade: não é isso que a marca inglesa de produção indiana promete. Mesmo assim, a Hunter surpreende pela agilidade e maneabilidade excepcionais. Rodamos com ela algumas centenas de quilômetros na capital tailandesa, Bangkok, uma metrópole moderna e cosmopolita, em um test ride que incluiu trechos de estrada. Ela é quase perfeita no tráfego urbano, pesado ou fluido, sempre à frente dos automóveis e das pequenas motocicletas utilitárias que dominam o sudeste asiático. As acelerações são intensas e o motor é muito responsivo e imediato ao comando do punho direito. O ótimo torque em baixas rotações permite uma tocada com poucas trocas de marcha, mesmo na cidade.
Na rodovia oferece muito conforto, posição de pilotagem agradável e ergonômica e velocidade de cruzeiro satisfatória, ao redor dos 110 km/h. Apenas os amantes das altas performances podem se frustrar com a velocidade máxima, ao redor de 120 km/h, dependendo da pista e do piloto.
Visualmente a moto é extremamente agradável, com tanque de 13 litros que tem um rebaixo bem-marcado para o encaixe dos joelhos, polainas sanfonadas nas bengalas e bancos com forração costurada, de bom acabamento.
Adorei a Hunter e certamente teria uma para uso diário nos deslocamentos urbanos e pequenas viagens.
DIMENSÕES
Comprimento (cm): nd
Alt./larg. (cm): nd
Entre-eixos (cm): 137
Peso (em marcha, kg): 181
Alt. do assento (cm): 79
Tanque (l): 13
MOTOR
1 cilindro vertical/349 cc/SOHC/ refrigeração a ar e óleo
Alimentação: injeção eletrônica
Ignição: eletrônica digital
Partida: elétrica
Diâm/curso (mm): 72/85,8
Taxa de compressão: 9,5:1
Potência (cv/rpm): 20,2/6.500
Torque (kgf.m/rpm): 2,75/4.000
CÂMBIO
5 marchas, transmissão final por corrente
CHASSI
Quadro: monoviga superior, tubular de aço, motor integrado à estrutura
SUSPENSÃO
Dianteira: garfo hidráulico com 41 mm de Ø e curso de 130 mm
Traseira: balança bilateral com dois amortecedores, ajuste na pré-carga da mola em 6 posições, curso de 102 mm
FREIOS
Dianteiro: disco de 300 mm com pinça de 2 pistões e ABS
Traseiro: disco ventilado de 270 mm com pinça de pistão simples e ABS (na Metro)
PNEUS
Dianteiro: 110/70 - 17
Traseiro: 140/70 - 17H
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