A ideia de uma competição heroica e extremamente perigosa envolvendo a travessia dos mais extenuantes desertos do planeta sempre foi um desafio, desde tempos remotos.
Muitos ralis pelos vastos oceanos de areia foram tentados, mas nenhum atingiu a notoriedade planetária do Paris-Dakar, criado pelo piloto francês Thierry Sabine em 1979. Sabine perdeu-se com sua moto no deserto da Líbia em 1977. Sufocado por uma tempestade de areia, em risco de vida, jurou triunfar sobre as areias escaldantes.
Saindo da charmosa e sofisticada Paris, sempre no 1º dia de cada ano, o rali aportava em Dakar, no Senegal, através de dunas sem fim. Essa, que tornou-se a maior e mais famosa competição off road do mundo, construiu a reputação de máquinas e homens.
Cyril Neveu foi o maior de todos eles. Ganhou o primeiro, em 1979, e triunfou mais cinco vezes. Levou a Honda à primeira vitória em 1982, com uma XR 550R e sua então revolucionária suspensão traseira monochoque Pro Link.
O Paris-Dakar atingia seu apogeu de popularidade na segunda metade dos anos 80, quando a Honda resolveu interessar-se outra vez pela competição, agora com regras mais profissionais. Contratou o mesmo Neveu, já uma celebridade, e projetou uma moto invencível, a NXR 750V, desenhada desde o início para a duríssima competição. Foi a primeira motocicleta off road com motor de refrigeração líquida, um V2 em bancada longitudinal.
Cyril Neveu e sua Honda NXR 750V venceram em 1986 e 1987 e o estrondoso sucesso levou a fabricante a oferecer ao mercado uma versão civil de sua vitoriosa aventureira. Surgia assim a Honda Africa Twin XRV 650, concebida desde a prancheta para ser o mais próximo possível do protótipo de corrida – era mesmo construída na fábrica da HRC, a divisão de competições da marca. A XRV 650 foi fabricada entre 1988 e 1989, quando foi substituída pela XRV 750T, que se manteve em produção até 2003.
Uma versão da NXR preparada, com 800 cm3, ganhou ainda o Paris-Dakar em 1988 e 1989, com Edi Orioli e Gilles Lalay, respectivamente. A Honda já havia cumprido suas metas na competição, que começava a enfrentar problemas em prover segurança aos competidores em terras africanas. A mística do nome Africa Twin já havia sido consolidada, bem como estava provada a superioridade técnica do modelo em condições extremas.
Em 2016, atenta à tendência do mercado mundial, a Honda relança a aventureira bicilíndrica, agora com motor de cilindros paralelos e 1.000 cm3, com um projeto de engenharia de extrema performance e confiabilidade, para enfrentar qualquer terreno.
Honda CRF 1000L
Planejada para longas viagens de aventura, nas quais frequentemente é preciso atravessar trechos inóspitos e sem pavimento, a Honda CRF 1000L Africa Twin oferece um conjunto robusto e confiável, aliando alta performance no asfalto a inigualáveis aptidões para a prática de atividades fora de estrada. É a mais capaz da categoria em termos de todo terreno. Não há caminho impossível a bordo de uma Africa Twin.
A postura e o projeto de ergonomia permitem acomodação perfeita, ereta e com os joelhos alinhados às pedaleiras, para uma pilotagem prolongada, ou mesmo em pé, quando o asfalto acaba.
A moto é supreendentemente leve e compacta, sem o peso exagerado de algumas de suas concorrentes da classe big trail. Todas as informações para uma pilotagem segura estão à disposição no painel eletrônico completo, que remete, pelo seu posicionamento e formato, a uma moto especial de rali.
Segurança é prioridade no modelo que, além do apoio eletrônico à pilotagem, que inclui a escolha entre três modos de pilotagem (Tour, Urban e Gravel, este último para uso na terra), traz controle de tração e freios a disco superdimensionados. O ABS é comutável, recurso importante para a pilotagem off road.
O desempenho superior vem do motor inline twin (dois cilindros gêmeos paralelos) de 999 cm3 em um desenho compacto. Seu posicionamento proporciona baixo centro de gravidade, fator importante para estabilidade e maneabilidade, ponto altos da motocicleta.
A Africa Twin vem em duas versões. A Adventure Sports, mais equipada, incorpora proteções ao chassi, tanque e motor, além de pedaleiras e para-brisa maiores. Ambas versões oferecem ainda a opção TE (Travel Edition), que inclui alforjes laterais rígidos e top-case (menos para a Adventure Sports). Além disso, uma ampla linha de acessórios permite transformar a Honda CRF 1000L em um modelo individualizado e preparado para a sua própria aventura.
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