Pequetita, pero dominadora - A Bajaj Dominar 200 traz da Índia um bocado de tecnologia em seu motor, capaz de rivalizar em desempenho com motos maiores e mais caras…
Que os indianos eram o máximo em tecnologia da informação, especialmente no desenvolvimento de software, já se sabia. O que pouca gente imaginava –e que, a bem da verdade, de fato não acontecia há muito pouco tempo–, é que a Índia também é capaz de desenvolver e aplicar tecnologia mecânica e projeto de engenharia de cair o queixo.
A Bajaj Dominar 200 –o modelo mudou de nome para o mercado brasileiro: na Índia ela chama Pulsar NS 200 tem soluções muito interessantes para a faixa de cilindrada. E para o preço, de 19 mil reais, que fica até mesmo abaixo do de uma Honda CG 160 Titan top.
Para começar, o motor é meio-irmão daquele que equipa a KTM Duke 200, marca bem mais cara e prestigiosa, construída na mesma fábrica da Dominar. A indiana Bajaj detém parte –dominante– do capital da austríaca KTM.
Esse monocilindro tem um bocado de soluções criativas e inteligentes: refrigeração líquida, rara no segmento; tripla lumagem (três velas de ignição), 4 válvulas. Desenvolve 24 cv a 9.750 rpm e torque máximo de 1,9 kgf.m a 8.000 giros. Para efeito de comparação, é praticamente a mesma potência da Honda CB 300F Twister, que tem 50% a mais de deslocamento volumétrico. E a Dominar 200 é 2,7 cv mais potente que a Yamaha Fazer 250…
A Dominar 200 fica alegre e divertida acima dos 4.000 giros, quando os 199,5 cm3 enchem e o escape, mínimo e oculto sob a moto, começa a roncar. As acelerações e retomadas são impulsivas e a velocidade máxima beira os 140 km/h. A meninada vai curtir.
A fábrica divulga um consumo médio de cerca de 40 km por litro. É otimista demais. Mas a Dominar 200 tem mesmo um bom rendimento térmico, já visto pela boa potência específica. Percorre, em média, entre 30 e 35 km com um litro de gasolina. Claro que consumo depende de um monte de fatores, principalmente do punho do piloto. Dá pra rodar 300 km fácil com o tanque de 12 litros. O câmbio de seis marchas também é muito bom, macio, preciso, justo.
O chassi é de chapa estampada e soldada, uma viga dupla perimetral que envolve o motor e o radiador, comcomplementos tubulares treliçados, aparafusados. Nele vão montadas suspensões bem modernas, com garfo invertido na frente, de 33 mm de diâmetro, que, além do bom desempenho em manter os pneus em contato com o solo, também encorpam e embelezam visualmente o modelo. Vale ressaltar novamente que nenhum dos produtos concorrentes desse segmento e faixa de preço adora garfo upside-down.
A traseira é amortecida através de uma balança bem convencional de tubo de aço de seção retangular, mas com um conjunto mola-amortecedor diferenciado. O mono amortecedor é provido de gás Nitrox em reservatório à parte, o que evita cavitação e fadiga em uso extremo. A mola é regulável em pré-carga, bom para adequar-se ao uso e peso.
Essa suspensão, atuando em conjunto com excelentes pneus Pirelli Sport Demon em generosas dimensões (130/70 na traseira e 100/80 na dianteira), montados em rodas de liga leve de aro 17 polegadas, faz a alegria de quem busca uma pequena bravinha para dominar as curvas.
Os freios são bem eficientes, especialmente o dianteiro, de 300 mm (superdimensionado para o peso de 157 kg em ordem de marcha). O ABS atua só na frente, apesar de o sensor (pelo menos a roda dentada está lá à mostra) estar instalado também na roda traseira. Vá entender…
A moto é mesmo bem completinha. O painel privilegia a esportividade, com um tacômetro de ponteiro e LCD comas semais informações, entre as quais se destacam consumo médio e marcha em uso. Os punhos são retroiluminados, o que dá uma sensação ótima ao pilotar à noite. A pegada esporte se faz presente também nos semi-guidões, na rabeta e no banco bipartido. Incorpora ainda cavalete, para-lama traseiro tipo raspador e proteção de motor ao estilo mata-cachorro. Um pacote bem raro no segmento de entrada.
Dominar 200
R$ 18.996,00 (FIPE 10/23)
DIMENSÕES
Comprimento (cm): 201,7
Alt./larg. (cm): 107,5/80,4
Entre-eixos (cm): 136,3
Peso (em marcha, kg): 157
Alt. do assento (cm): 78
Tanque (l): 12
MOTOR
1 cilindro/199,5 cc/4V/refrigeração líquida, tripla lumagem
Alimentação: injeção eletrônica
Ignição: eletrônica digital
Partida: elétrica
Diâm/curso (mm): nd
Taxa de compressão: nd
Potência (cv/rpm): 24,5/9.750
Torque (kgf.m/rpm): 1,5/7.250
CÂMBIO
6 marchas, transmissão final por corrente
CHASSI
Quadro: viga superior tubular de aço, motor integrado à estrutura
SUSPENSÃO
Dianteira: garfo hidráulico invertido com diãmetro de 33 mm
Traseira: monoamortecedor central com reservatório externo (cânister) de Nitrox
FREIOS
Dianteiro: disco de 300 mm com pinça de 2 pistões e ABS
Traseiro: disco ventilado de 230 mm com pinça de pistão simples e ABS
PNEUS
Dianteiro: 100/80 - 15
Traseiro: 130/70 – 17
Papo Reto
MOTOR 10
Com refrigeração líquida e tripla lumagem, é potente e econômico
CHASSI 8
Também uma solução criativa, que se mostra bem eficiente no uso esportivo a que se propõe
CÂMBIO 9
Com 6 marchas, engates precisos, rápidos e macios. Transmissão final por corrente
SUSPENSÃO 9
Garfo invertido na dianteira e amortecedor com canister de gás na traseira: bacana
FREIOS 9
Disco grande na frente, com bom diâmetro e pinça dupla. Sem ABS na traseira.
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