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CB-400

Por: Ricardo Couto

CB 400 - A primeira moto de maior cilindrada a ser nacionalizada via Manaus causou furor ao chegar em 1980, após quatro anos de importações fechadas no Brasil

Primeira motocicleta de médio porte fabricada no país, a Honda CB 400 marcou época e revolucionou conceitos no Brasil. Sua estreia e produção local em 1980 nacionalizou por aqui a família CB e causou uma verdadeira corrida às lojas, fazendo com que toda a sua produção no primeiro ano de comercialização fosse vendida antecipadamente.

Com estilo e mecânica inovadores, a CB 400 causou furor no mercado ao chegar às ruas. Motociclistas da época lembram o alvoroço causado após seu lançamento, que gerou filas de consumidores nas concessionárias e provocou cobrança de ágio sobre o valor de tabela. Com a proibição das importações, em 1976, o consumidor brasileiro de motos de maior porte havia ficado completamente sem opções zero quilômetro –apenas as usadas e uma ou outra introduzida por alguma representação diplomática estrangeira.



A CB 400 tinha apelos de sobra para cativar o público brasileiro. O motor era um bicilíndrico (de 395 cc de capacidade), de quatro tempos e refrigerado a ar, com três válvulas por cilindro (duas de admissão e uma de escape), alimentado por dois carburadores e sistema elétrico gerenciado por ignição eletrônica CDI, itens inexistentes nas motos nacionais daquele período.

O comando de válvulas era acionado por corrente de aço e o virabrequim trazia sistema de balanceamento para reduzir as vibrações. Já o câmbio tinha seis marchas. O tanque, de 17 litros de combustível, dava volume às formas da moto e impressionava por sua capacidade, além de proporcionar grande autonomia na estrada.

Além desses atributos mecânicos, a CB 400 oferecia outras novidades tecnológicas, como um prático botão de afogador instalado no painel (dispensando o sistema antigo, localizado no próprio carburador), freio dianteiro a disco no lugar de tambor e partida elétrica, que mantinha o recurso extra do tradicional pedal para o acionamento do motor –equipamentos não disponíveis até então em modelos fabricados no país, cuja produção era dominada pelas pequenas motos de baixa cilindrada, como as discretas Honda CG e Yamaha RD, de até 125 cm³.

O propulsor rendia 40 cv de potência a 9.500 rpm e extraía um elevado nível de torque (3,2 kgf.m a 8.000 rpm), que conferiam à moto um desempenho fantástico, pelo menos para aquela década. De acordo com dados da fábrica, a CB 400 acelerava de 0 a 100 km/h em apenas sete segundos e atingia 160 km/h de velocidade máxima, o suficiente para desafiar qualquer outro veículo, fosse em circuito urbano ou na estrada.

Outro atrativo do modelo estava nos equipamentos e no estilo estradeiro. A CB 400 trazia guidão baixo e rodas de liga leve Comstar (com cinco raios de aço fixados em aro de alumínio, de 19 polegadas de diâmetro na frente e 18 polegadas atrás), com forte apelo esportivo, e banco largo em dois níveis, além de alguns requintes de acabamento, como bengalas, molas traseiras, escapamento, para-lama dianteiro, frisos e bocal de tanque cromados.



Em 1981 chegou a segunda geração, batizada de CB 400 II, com pequenas mudanças de acabamento, além de guidão mais alto (mais confortável), disco duplo de freio na dianteira (mais seguro) e apliques dourados na pintura. A partir de 1983, as rodas passaram a ser confecionadas 100% em alumínio, com seis raios duplos, e o pára-lama dianteiro deixou de ser cromado.

Durante cerca de quatro anos, de 1980 a 1984, foram produzidas 67.550 unidades, de acordo com a fábrica.

Mesmo depois de tantos anos, a CB 400 ainda é lembrada com muito carinho pelos motociclistas –e até mesmo venerada por aqueles que não a pilotaram na época. Os entusiastas do modelo atribuem o seu estrondoso sucesso ao estilo, aparência, conforto, suspensão macia, agilidade e ao cativante ronco do motor. Com esses atributos, a CB nacional conquistou uma legião de ardorosos fãs pelo país, fama que a tornou objeto de desejo de coleciona

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