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De volta as 50

De volta aos 50 - A onda custom parece ceder espaço ao estilo café racer, surgido na efervescente Londres dos anos 50


Londres, Inglaterra, início dos anos 50, logo após a Segunda Guerra mundial e o início do rock n’ roll, os jovens rebeldes ingleses aficionados por motocicletas encontravam-se nos cafés de Londres para escutar nas Jukebox a música proibida nas rádios londrinas... e então surgia o desafio dos rachas nas ruas, pois os garotos gostavam de velocidade, mas não eram pilotos profissionais para competir em pistas.

O café mais famoso, onde a maioria se encontrava, era o Café Ace, que fechou as portas no final dos anos 60, mas reabriu em 2001, tornando-se um lugar ideal para encontros à moda antiga, pois o ar nostálgico ainda remete aos velhos tempos das máquinas envenenadas.

A criatividade para cada um preparar suas próprias motocicletas foi aumentando conforme o desafio, e então chegaram ao auge quando estipularam a velocidade de 100 milhas por hora (160 km/h) como um objetivo final. Quem atingisse tal marca era considerado voador –esses campeões eram chamados de ton-up boys e naqueles tempos só as máquinas muito caras e potentes como algumas Triumph, BSA, Voxan e Norton eram capazes de realizar a façanha.

As alterações envolviam desde motores, bancos, guidões, até o próprio chassi, tudo de forma artesanal, tentando eliminar peso e aumentar a relação peso/potência com o objetivo de sempre: ser o mais rápido das ruas.

Os clubes também existiam naqueles tempos, mas havia duas facções: os Rockers, que eram os garotos com motocicletas modificadas, jaquetas de couro, calças jeans surradas e adereços metálicos e, os Mods, que eram os mesmos jovens rebeldes da contracultura e visual escuro e cavernoso, porém eles andavam nas Vespas e Lambrettas envenenadas e depenadas.

Visto hoje como um dos movimentos mais influentes do universo do motociclismo, atrai pelo mundo os mais diversos grupos, exatamente pela enorme gama de motocicletas e as diversas configurações de motores, que podem ser transformados e preparados, adquirindo a nova e reconhecida personalidade. Já no movimento custom, vinculado aos EUA, o motor V2 predomina em todos os modelos.


Momento decisivo desta época das Café Racer (nome dado em alusão à cafeteria Ace Café, onde se reuniam) foi o desenvolvimento de uma moto arrasadora em desempenho, onde adaptavam um motor de Triumph a um chassi de Norton. A fórmula, chamada de Triton, foi seguida por muitos em busca da melhor performance.

Japonesas de quatro cilindros em linha, as italianas com o famoso bicilindro em L, o V2 longitudinal da MotoGuzzi, o famoso boxer da BMW, os bicilindros paralelos e até mesmo os monocilindros street ou trail, cada uma com sua identidade própria e muito estilo podem ser transformadas em verdadeiras máquinas de corrida de rua com toda a nostalgia dos velhos tempos.

Uma lenda urbana foi criada, e as Café Racer continuam perpetuando-se mundo afora com as mais diversas e insanas motocicletas visando unicamente o prazer da liberdade a altas velocidades em duas rodas.

Atualmente, algumas marcas disponibilizam modelos Café Racer em sua linha 2014, como é o caso da Triumph com o Thruxton, a BMW com a nova R Nine T, a clássica Royal Enfield com a Continental GT e até a Hero com a pequena Splendor Pro Classic de apenas 100 cc de cilindrada, porém, não menos estilosa que as motos maiores.



No Brasil, alguns entusiastas estão retomando o movimento das Café Racer, montando e personalizando suas motocicletas com estilo vintage próprio, adaptando máquinas mais modernas, das décadas de 70 e 80, bastante conhecidas, como a Honda CB 750, Yamaha RD 350, Kawasaki Z 1000 e Suzuki GT 380, esta com um motor de 3 cilindros e 2 tempos, com um ronco de escapamentos sem igual.

Em algumas cidades, como São Paulo e outras, há grupos e aficionados que adaptam suas motos no velho estilo de corrida. Jundiaí, por exemplo, conta até com um bar temático, chamado Café Racer, que reúne motociclistas de todas as tendências. Apesar do tempo, o estilo se perpetua, por conta de alguns preparadores e customizadores, como o ex-piloto de F1 Tarso Marques, que criou uma série especial Café Racer da Triumph Bonneville T100 para a concessionária Triple, da marca inglesa, de São Paulo.



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