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Médias reforçadas - Veja o que verificar na hora de comprar uma das médias cilindradas da Yamaha

Atualizado: 21 de ago. de 2020

Por: Guilherme Silveira


Lançada em 2016, a Yamaha R3 chegou como uma promessa de campeã de vendas entre as compactas premium. Mais que isso, uma resposta de certa forma tardia da Yamaha ao reinado da Kawasaki, que dominava o segmento com sua Ninja 300.

Além do design bem acertado, a MT-03 se beneficiou do motor bicilíndrico de 321 cm³ e respeitáveis 42 cv de potência a 10.750 rpm.

Não demorou para a moto abocanhar boa parte do mercado, virar líder de venda e cair de vez nas graças dos fãs. Tanto da marca dos diapasões, como os entusiastas por um desempenho mais esportivo.

O sucesso foi tanto que em 2017 chegava ao mercado a MT-03, basicamente a mesma moto, porém em configuração naked, com ergonomia mais amigável (postura mais ereta) e sem carenagens ou semiguidões.

Embora sejam modelos de boa liquidez e também valor de mercado, nem tudo são flores quando a moto começa a ter um uso prolongado. Há detalhes a ser verificados na hora de comprar uma usada. Fique por dentro da manutenção e eventuais problemas apresentados pelas Yamaha 300.

MECÂNICA ROBUSTA

Segundo Marcos Abreu, dono da oficina Moto Amigos, de São Paulo, “ambas as 320 são muito robustas em relação a motor, câmbio e suspensão. Como se espera de uma motocicleta japonesa, essas Yamaha rodam muito sem reclamar, desde que passem pela manutenção preventiva esperada”.

O motor de dois cilindros paralelos e refrigeração líquida traz cabeçote de duplo comando para as oito válvulas (quatro por cilindro). Ele oferece rendimento acima da média e faz uma proveitosa parceria com a transmissão de seis marchas e relações curtas.

Porém, Abreu confirma que há pequenos detalhes que merecem atenção de um futuro dono de R3 ou MT-03. Entre elas, aparecem os cubos de rodas frágeis, especialmente em motos que transitam por locais muito esburacados.

Nas palavras do mecânico, “os rolamentos de roda parecem pequenos para o porte da moto, eventualmente sub-dimensionados (ou dimensionados para pistas com piso de melhor conservação). E tanto os rolamentos como seus espaçadores podem sofrer desgaste prematuro”, completa. O kit dessas peças originais para os dois eixos fica em torno de R$ 400,00, sem contar a mão-de-obra.

Outra ocorrência das Yamaha 320 pode surgir no desgaste prematuro da relação de transmissão. O expert relata que, embora não se saiba o motivo, o sistema original já vem quase na metade da regulagem da corrente, algo que acarretauma vida útil mais baixa que o normal da transmisssão final; acaba ficando entre 15 e 20 mil km.

Substituído o kit por outro, o misterioso “pênalti” é contornado e a relação tende a durar bastante.

Com os 42 cv, 3,02 kgfm de torque e peso na casa dos 170 kg, tanto MT-03 como R3 são compactas muito espertas e versáteis. Esses adjetivos valem tanto para o uso rotineiro como em viagens por rodovias bem asfaltadas.


MERCADO E PERFIL

Embora pertençam a um perfil de motos premium e serem normalmente bem cuidadas, não é raro encontrar unidades com quilometragem mais alta, de acordo com seu ano de fabricação – em especial, a versão naked.

Em anúncios classificados na Internet, achamos uma MT-03 aparentemente bonita (pelas fotos do vendedor), de 2016, por R$ 14 mil. Tinha, porém, mais de (altos) 80 mil km rodados. Por apenas R$ 1 mil a mais, encontramos duas MT de 2017 com apenas 30 mil rodados.

Em geral, a R3 carenada revela um perfil de uso mais “estradeiro”, normalmente são motos “de garagem” e menor quilometragem. Inclusive, em rápidas buscas, não é raro achar algumas R3 das primeiras levas com menos de 10 mil km rodados e em ótimo estado geral.

Tal perfil de moto bem cuidada é corroborado por Vitor Faria, da loja Used Prime de São Paulo. Lá, se oferece uma R3 de 2016 na rara série especial azul e prata, por R$ 17.400,00, com 23 mil km. “É uma carenada de entrada, que atende bem a quem quer mais velocidade e um visual esportivo, por um valor atrativo”, resume Faria.

Portanto, é bom dar uma boa busca para encontrar a moto certa. Vale para qualquer caso: ao comprar uma moto usada, não se deixe levar inteiramente pela emoção.


Recalls

As Yamaha MT-03 e a R3 passaram por duas campanhas de recall desde os modelos 2016. Um deles se deu na mola do pedal de câmbio (7.879 motos), e o outro na mangueira do radiador (19.398 unidades).

Na época, a marca comunicou “uma inconformidade na fabricação da mola da alavanca de mudança de marchas. Durante a utilização da motocicleta poderá ocorrer a quebra da peça, impossibilitando a mudança de marchas, prejudicando a sua dirigibilidade e gerando risco de acidente e lesões aos usuários”.

Já em relação ao arrefecimento, em caso de rompimento da mangueira, poderia surgir um vazamento do líquido que ajuda a refrigerar o motor. Se comprar um desses dois modelos seminovos, vale conferir a necessidade de troca (gratuita) dos componentes pelo telefone gratuito 0800 774 3738.

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