O maxiscooter Honda X-ADV é uma proposta única e criativa. Na versão atualizada ganhou mais eletrônica embarcada e segurança. O conforto segue sendo top!
Por: Eduardo Viotti
SUV de duas rodas, maxiscooter off road, aventureiro e urbano, versátil e confortável. O Honda X-ADV é irmão da crossover NC 750X e essa plataforma deu origem no exterior a ainda muitas outras versões. Seu projeto é do centro de design da Honda em Roma, Itália, a pátria mãe dos scooters, mas o intrincado sistema de engenharia e eletrônica da transmissão automatizada é o que defi ne esta bela máquina.
O sistema DCT de dupla embreagem (Dual Clutch Transmission) que equipa o scooter aventureiro, já em sua quarta geração, é a estrela da família.
Esse câmbio é o suprassumo da engenharia e eletrônica atuando em conjunto. São duas embreagens: uma para a saída e que atende às engrenagens ímpares: 1ª, 3ª e 5ª marchas. Outra para as pares: 2ª, 4ª e 6ª velocidades. O eixo-piloto de uma das embreagens fica dentro do eixo da outra, que é tubular. Cada jogo de discos de fricção é controlado independentemente por seu próprio circuito eletro-hidráulico. As marchas, que ficam pré-engatadas, vão se sucedendo ou reduzindo com um som macio, audível, porém delicado. A qualquer momento você pode intervir, acionando as borboletas posicionadas no punho esquerdo, com o indicador para avançar e o polegar para reduzir.
Há na versão avaliada, 4 modos de pilotagem, graças à adoção do sistema de acelerador eletrônico, sem cabos. São eles Standard, Sport, Rain (para chuva e pisos escorregadios) e Gravel, para uso em estradinhas sem pavimento. Tem também o modo User (usuário) em que todos os parâmetros podem ser ajustados pelo piloto - inclusive desligando o controle de tração, para uso na terra.
O controle de tração oferece 3 níveis: o nível 1 permite que a roda traseira perca parcialmente a tração e gire livremente para as necessárias derrapagens controladas na terra; o nível 2 entrega maior confiança em pisos escorregadios, garantindo que o pneu vai se manter em contato com o chão. No nível 3 a atuação do controle de tração é máxima.
O motor é o conhecido da NC 750X, o inline twin subquadrado (curso maior que diâmetro do pistão) econômico e robusto, com maior vocação para médias e baixas rotações e torque abundante, com ordem de ignição a 270 graus. Os 745 cc entregam 58,6 cv a 6.750 rpm e 7.03 kgf.m de torque. Durante o teste, andando muitas vezes em ritmo mais forte, fizemos a média de 27,5 quilômetros por litro. Com os 13 litros do tanque, a autonomia chega a 300 km.
A eletrônica embarcada no X-ADV vai além do gerenciamento de motor, transmissão e freios. Todas as luzes são de LED e o painel TFT colorido de 5 polegadas permite a conexão com o celular e até atendê-lo, se o capacete dispuser de microfone e fones de ouvido. Com iluminação full LED, o X-ADV tem o sistema ESS, que liga o pisca-alerta em frenagens fortes (desaceleração superior a 6 m/s2 em velocidades acima de 53 km/h). Se o ABS for solicitado, os piscas entram antes, com uma desaceleração de 2,4 m/s2.
Os protetores de mão à frente das manetes protegem as alavancas e os dedos contra galhos e outros eventuais pequenos impactos na prática do off road.
O para-brisa é outro auxílio virtuoso contra o mau tempo e mesmo aerodinamicamente. Tem cinco regulagens de altura, que o elevam em 13,6 cm, projetando o fluxo do ar por sobre a viseira de pilotos de qualquer estatura.
O banco é alto, 82 cm, e condutores mais baixinhos podem ter alguma dificuldade no off road, pois a plataforma é larga embaixo, exigindo pernas abertas e mais longas. Quando erguido sustenta-se por um pequeno amortecedor hidráulico, dando acesso a um compartimento de carga para 22 litros (um capacete full size cabe ali), com iluminação de cortesia. À noite, na estrada, é muito útil. Também há ali uma tomada USB para carregar eletrônicos.
A chave é por presença e os comandos de acionamento estão centralizados em um botão giratório no centro superior do escudo. Ali aciona-se trava de guidão, abertura de banco e de reservatório de combustível, ignição etc.
A dirigibilidade do X-ADV é surpreendente. O conjunto de suspensões é excelente, proporcionando boa estabilidade em curvas e mantendo a borracha colada ao chão. O garfo dianteiro ajustável é tipo cartucho, em que cada bengala atua de forma diferente, uma para compressão e uma para retorno. As rodas, de aros 17” na frente e 15” atrás são raiadas de alumínio, com raios fixados nas laterais, o que permite o uso de pneus sem câmara.
CONFORTO SUBLIME
Pilotá-lo é um prazer, pois o câmbio DCT, permite reduções manuais a qualquer momento, mesmo que esteja selecionado o modo automático. E na longa estrada, sua vocação, as mudanças são sempre raras.
O conforto é ponto alto, com banco largo em dois níveis e de espuma bem estruturada para piloto e garupa. A pedaleira do passageiro, triangular, some quando encaixada, num capricho de design. E, mesmo não havendo porta-objetos no escudo, a praticidade de um scooter está lá, disponível também para os motociclistas de aventura. Com o kit Travel Pack (além das malas, protetor tubular, faróis de neblina, protetores de mão longos, manoplas aquecidas e pedaleiras para uso off road) que equipa a versão avaliada ela vira uma aventureira de respeito. Sem ele, o X-ADV sai por R$ 101 mil (pesquisa Fipe, janeiro de 2023).
Vida a dois
VISUAL 10
Agressivo, contemporâneo e muito bem resolvido: é impossível passar despercebido
TOCADA 9
Câmbio de funcionamento suave e intuitivo. Destaque para o modo Sport
SEGURANÇA 9
Excelente em curvas. Bons freios e ciclística
MERCADO 10
Exclusivo, o X-ADV é muito atraente e tem conquistado adeptos
CONCORRENTES 10
Não há concorrentes em seu segmento, o que o deixa numa posição bastante confortável
Papo reto
MOTOR 8
Econômico, robusto e com bom torque em baixa. Fica bem melhor no scooter que na NC-X
CHASSI 9
Equilibra bem as massas e oferece rigidez, além de espaço sob o assento para capacete
CÂMBIO 10
Com 6 marchas e dupla embreagem, engates precisos, rápidos e macios. Transmissão final por corrente
SUSPENSÃO 9
Com curso longo (cerca de 15 cm), têm regulagens para um acerto mais fino
FREIOS 10
Disco duplo na frente, com bom diâmetro e pinças radiais de 4 pistões. Pinça dupla na traseira. Apoio eletrônico ativo
O JUÍZO FINAL
Cool:
Lindo, moderno e sem rivais, é
muito divertido. Na estrada é
confortável e não cansa
Oops!
ABS poderia ser mais fino na
entrada. Ótimo no asfalto,
parece ser mais off road do que é
Honda X-ADV
R$ 100.980,00 (fipe)
DIMENSÕES
Comprimento (cm): 221,5
Alt./larg. (cm): 137/94
Entre-eixos (cm): 159
Peso (seco, kg): 227
Alt. do assento (cm): 82
Tanque (l): 13,2
MOTOR
2 cilindros inclinados à frente/745 cm3/OHC/refrigeração líquida
Alimentação: injeção eletrônica
Ignição: eletrônica digital
Partida: elétrica
Diâm/curso (mm): 77/80
Taxa de compressão: 10,7:1
Potência (cv/rpm): 58,6/6.750
Torque (kgf.m/rpm): 7,03/4.750
CÂMBIO
6 marchas, dupla embreagem DCT, automatizado, transmissão final por corrente
CHASSI
Quadro: underbone tubular de aço com motor integrado
SUSPENSÃO
Dianteira: invertida/regulagem compressão e pré-carga, 137 mm curso
Traseira: balança em alumínio, monoamortecedor com link, regulagem de pré-carga da mola, 150 mm de curso
FREIOS
Dianteiro: 2 discos de 296 mm de Ø, com pinças de fixação radial de 4 pistões e ABS
Traseiro: disco ventilado de 240 mm com pinça de um pistão
PNEUS
Dianteiro: 120/70 - 17
Traseiro: 160/60 - 15
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