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As garras da felina

Atualizado: 19 de out. de 2020

Veja o que verificar na hora de comprar uma Triumph Tiger 800 e o que você pode esperar encontrar em uma usada

POR GUILHERME SILVEIRA


A Tiger 800 é uma excelente opção de big trail usada com preço na casa dos R$ 30 mil. Sua aquisição, porém, exige uma busca minuciosa de eventuais problemas, e alguma verba para deixar sua manutenção perfeita! Veja o que você deve chegar ao escolher sua tigresa de unhas longas e íris cor de mel, usada!

Lançada no Brasil em 2014 como principal produto da recém-chegada Triumph, a big trail Tiger 800 chegou com uma difícil missão. Primeiramente, a de ser o carro-chefe (ou seria “moto-chefe”?) da marca britânica em num mercado novo, no qual a BMW F 800 GS nadava de braçada, sem concorrência direta.

Como quase todo produto de marca nova que chega ao Brasil, logo em seguida, a Tiger 800 defrontou-se com certo preconceito do mercado em relação ao motor de três cilindros, diante dos tão conhecidos dois ou quatro cilindros, os quais o mercado brasileiro estavam há muito habituados.

Com uma ciclística impecável, design agressivo e quadro treliçado, além de um potente tricilídrico com 12 válvulas e 95 cv, o qual esbanja torque (quase 8 kgf.m a 7.850 rpm), não demorou para a poderosa “tigresa” virar sinônimo de aventura com boa dose de adrenalina, e também um dos modelos mais procurados pelos ladrões.

Com valores a partir dos R$ 31 mil pedidos para os primeiros modelos 2013, é moto, em geral, que recebe bons cuidados de seu dono. Mas, vale notar que em muitos casos, são donas de uma quilometragem mais elevada. Humberto Cury, o “Loro”, da B&G Motos, de Santana (SP), relata que “há muitos donos de Tiger que encaram trechos diários de até 100 km de estrada, pois usam a moto para trabalhar entre uma cidade e outra”.

O vendedor comenta também que o mercado de bigtrails seminovas e usadas sofreu um “inchaço” de preços por conta da falta de oferta de modelos zero quilômetro durante o auge da pandemia. “Isso levou as usadas a darem uma sumida do mercado, e fez seu preço médio aumentar. Hoje, se você achar uma 800 filé, vale pagar perto da Fipe, a tabela que normalmente serve como referência de valores para as seminovas”, conclui.

PROBLEMAS & QUALIDADES

O principal “calcanhar de aquiles” da Tiger 800 não é grande novidade: o motor de arranque que, por conta das escovas macias (e frágeis), não tarda a dar problemas em muitas unidades –tanto das 800, como das 1.200.

Nas palavras de Fernando Del Franco, o “Boi”, mecânico expert em competições, é possível recondicionar a peça por volta de R$ 900, enquanto uma nova custa em torno de salgados R$ 3.000. “E seja recondicionada ou nova, pode dar problema novamente”, alerta o mecânico.

Boi conta que outras ocorrências podem acontecer no código eletrônico que libera a partida do motor, o que deixa a moto sem partida, e imediatamente acende um pequeno sino no painel. “Pode acontecer de a antena que se comunica e libera o módulo queimar, bem como o próprio módulo pedir uma nova programação; defeitos que custam entre R$ 700 e 1500 médios para serem sanados”, relata.


INGLESA PARRUDA

Em relação à ciclística, o especialista relata que se trata de uma moto robusta: chassi, rodas, relação de transmissão e embreagem duram bastante e aguentam muita “malcriação”, com suspensões parrudas –da marca WP nas versões XRX de topo, com ajustes eletroeletrônicos.

Raramente se vê vazamento de óleo nas bengalas, e o motor aguenta bem. “Eu recomendo trocar o óleo a cada 3 mil km, por conta de ser uma máquina que gira bem, e que trabalha quente no nosso clima. A própria fabricante desse fluido sintético atenta para essa quilometragem máxima de uso, diante dos otimistas 10 mil km recomendados pela marca”, alerta. Em motos que ficam muito tempo sem uso, pode ser necessária a limpeza do corpo de injeção e dos bicos com produto descarbonizante.

Outra boa dica do mecânico, tanto ao procurar por uma usada inteirona, como até mesmo para conservar a sua Tiger, diz respeito ao reforço na fixação da mangueira do sistema de controle de tração. Esse duto corre em paralelo ao do freio (ABS), e caso suas travas se desprendam (durante uma, lavagem, por exemplo), duto e sensores serão destruídos pelo pneu”, alerta Del Franco. Daí, perde-se o traction controle imediatamente a luz de ABS acende no painel, junto de outras. Para evitar tal inconveniente, Boi recomenda um belo reforço na tubulação do sistema com fitas tire up.

ESCOLHA HONESTA

Em relação ao mercado, o lojista Loro relata que há boa procura por esta moto, e também há certa confusão dos clientes em relação às versões: “Poucos chegam sabendo qual é qual, e dá bastante diferença entre as de topo, com suspensão inteligente e rodas raiadas grandes, e as de entrada, mais baixas e com pequenas rodas 17 de liga leve.

Muitas Tiger que encaram bastante estrada às vezes estão até melhores em manutenção que outras usadas em finais de semana. A quilometragem mais alta não necessariamente piora sua venda, porém, não as faz valer tanto (e ter a mesma liquidez) que Tigers abaixo de 30 mil km rodados”, completa.

Ou seja, como em qualquer caso, vale uma bela pesquisa em sites específicos. Durante a reportagem, pudemos encontrar belas unidades a preços de tabela na Internet.

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